A BUSCA
“Religião, filosofia e
ciência não são explicações sucessivas dos mesmos fenômenos, mas vias diversas
de encontro com a realidade: não se trata, portanto de três atividades que se
excluem reciprocamente, mas de três planos de consciência típicos do homem
enquanto tal e compatíveis em todas as épocas da história humana.” (Gianfranco
Morra; filósofo e professor de sociologia em Bolonha, Itália.)
O ser humano desde a
mais tenra idade vive uma busca: a busca pela satisfação pessoal, pelos
prazeres, pela felicidade, pela verdade, e, finalmente, a busca pelo princípio
e fundamento de todas as coisas, e o porquê de sua própria existência tão
limitada.
Milhares em busca
de uma resposta satisfatória trilham caminhos diversos; e três destes caminhos
que o homem trilha em busca de uma resposta satisfatória são os mais usados ou
conhecidos e são: os da Religião, da Filosofia e o da Ciência.
No sentido universal, o homem tem sido
descrito como um religioso nato; antropólogos, sociólogos, psicólogos,
missionários e clérigos em geral têm presenciado e descrito a presença da
religião, em todas as nações e tribos do planeta. A religião constitui um corpo
organizado de crenças que ultrapassam a realidade da ordem natural e que tem
por objeto o sagrado ou sobrenatural, sobre o qual elabora sentimentos,
pensamentos e ações. Essa definição abrange tanto as religiões dos povos ditos
primitivos; quanto às formas mais complexas de organização dos vários sistemas
religiosos e atuais; embora variem muito o conceito sobre o conteúdo e a
natureza da experiência religiosa.
De uma forma ou de outra, é um dos grandes fenômenos da vida
humana, sempre tocando no mais profundo do seu ser, inspirando pensamentos e
emoções profundas, levando-o a ações das mais variadas possíveis, desde as mais
radicais e estranhas, até as mais ingênuas possíveis.
Embora seja considerada por muitos como uma dádiva para a
humanidade, já existem os que a consideram como um fator prejudicial e
pernicioso na vida do homem, e de muitas nações, porém nem os mais ferozes
inimigos da religião podem negar o valor e a influência positiva que a mesma
exerce na vida de indivíduos e nações inteiras. Até mesmo David Hume, o
filósofo cético e radical oponente da fé sobrenatural, disse certa vez que se
tomasse cuidado com as pessoas inteiramente vazias da religião; e que quando
fossem encontradas, ficassem certos de que estas estão apenas alguns degraus
afastados dos brutos.
Saímos da
modernidade e entramos no séc. XXI, vivemos no maravilhoso período da
pós-modernidade, e o vaticínio de ilustres pensadores, filósofos renomados, e
cientistas, de que (no máximo) na modernidade a Ciência e a Razão suplantariam
a religião, e principalmente o cristianismo; parece estar longe de se cumprir.
(o Iluminismo declarou que em cem ou duzentos anos a fé seria extinta do
planeta).
Muitos ainda
declararam que a ciência evoluiria tanto que desde as enfermidades mais simples
até as consideradas incuráveis seriam todas extirpadas do seio da humanidade.
Esperamos e desejamos essas conquistas, todavia tais anseios e afirmações não
se concretizaram, e ainda ocorreu o contrário, pois agora se detecta uma
angústia e uma crise existencial ainda mais profunda dentro da própria
pós-modernidade do que antes; e estão perdendo a fé na mesma, pois o tão
esperado progresso e o avanço tecnológico, não conseguiu ainda a cura para
muitas enfermidades antigas como o câncer, e nem para outras que surgiram, como
a Aids. Os hospitais, centros de saúde e clínicas de psicologia estão repletos
de pessoas que agonizam sem esperança. A “Razão” e o “Progresso” não lhes
aliviam a dor, a pobreza, a miséria, a violência, o vazio; tampouco lhes
responde as perguntas mais remotas e simples como:
– Quem somos? –
De onde viemos? – Existe vida após a morte? – Porque uns têm muito e outros
quase nada ou nada? – Estamos sós no universo? – Onde está Deus? – E tantas
outras que a modernidade e pós-modernidade e os avanços tecnológicos ainda não
conseguiram responder.
Eminentes
cientistas, às centenas, se contradizem, milhares de pessoas ilustres tèm
opiniões diversas, mesmo os mais devotos cristãos tem contradições entre seus
assuntos, e isto é uma evidência de que a verdade não se encontra somente pela
investigação ou pelo palpável, mas também pela meditação, intuição e percepção.
A longa busca do homem por “algo mais” terá necessidade de uma revelação além
do homem, encontrada unicamente na eterna graça e misericórdia, oriundas do
Criador. Somente sob uma revelação individual e especial de Deus é que o
homem poderá viver sob a plenitude da comunhão com o criador e prestar-lhe o
devido culto. Deus não é apenas a causa de tudo que existe fora de si, mas sua
criação permanece em suas mãos, sujeita a seu governo e dependendo dele para
continuação da existência. A miséria, a violência, e o sofrimento humano são
causados pelo próprio homem através de sua dureza de coração, decisões e
escolhas erradas que se refletem em todos nós.
(Retirado do livro: -PARÁBOLAS FÁBULAS E ESTÓRIAS QUE EDIFICAM A ALMA ).