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quinta-feira, 28 de maio de 2020


A BUSCA

“Religião, filosofia e ciência não são explicações sucessivas dos mesmos fenômenos, mas vias diversas de encontro com a realidade: não se trata, portanto de três atividades que se excluem reciprocamente, mas de três planos de consciência típicos do homem enquanto tal e compatíveis em todas as épocas da história humana.” (Gianfranco Morra; filósofo e professor de sociologia em Bolonha, Itália.)
O ser humano desde a mais tenra idade vive uma busca: a busca pela satisfação pessoal, pelos prazeres, pela felicidade, pela verdade, e, finalmente, a busca pelo princípio e fundamento de todas as coisas, e o porquê de sua própria existência tão limitada. 
Milhares em busca de uma resposta satisfatória trilham caminhos diversos; e três destes caminhos que o homem trilha em busca de uma resposta satisfatória são os mais usados ou conhecidos e são: os da Religião, da Filosofia e o da Ciência.
No sentido universal, o homem tem sido descrito como um religioso nato; antropólogos, sociólogos, psicólogos, missionários e clérigos em geral têm presenciado e descrito a presença da religião, em todas as nações e tribos do planeta. A religião constitui um corpo organizado de crenças que ultrapassam a realidade da ordem natural e que tem por objeto o sagrado ou sobrenatural, sobre o qual elabora sentimentos, pensamentos e ações. Essa definição abrange tanto as religiões dos povos ditos primitivos; quanto às formas mais complexas de organização dos vários sistemas religiosos e atuais; embora variem muito o conceito sobre o conteúdo e a natureza da experiência religiosa.
De uma forma ou de outra, é um dos grandes fenômenos da vida humana, sempre tocando no mais profundo do seu ser, inspirando pensamentos e emoções profundas, levando-o a ações das mais variadas possíveis, desde as mais radicais e estranhas, até as mais ingênuas possíveis.
Embora seja considerada por muitos como uma dádiva para a humanidade, já existem os que a consideram como um fator prejudicial e pernicioso na vida do homem, e de muitas nações, porém nem os mais ferozes inimigos da religião podem negar o valor e a influência positiva que a mesma exerce na vida de indivíduos e nações inteiras. Até mesmo David Hume, o filósofo cético e radical oponente da fé sobrenatural, disse certa vez que se tomasse cuidado com as pessoas inteiramente vazias da religião; e que quando fossem encontradas, ficassem certos de que estas estão apenas alguns degraus afastados dos brutos.
Saímos da modernidade e entramos no séc. XXI, vivemos no maravilhoso período da pós-modernidade, e o vaticínio de ilustres pensadores, filósofos renomados, e cientistas, de que (no máximo) na modernidade a Ciência e a Razão suplantariam a religião, e principalmente o cristianismo; parece estar longe de se cumprir. (o Iluminismo declarou que em cem ou duzentos anos a fé seria extinta do planeta).
Muitos ainda declararam que a ciência evoluiria tanto que desde as enfermidades mais simples até as consideradas incuráveis seriam todas extirpadas do seio da humanidade. Esperamos e desejamos essas conquistas, todavia tais anseios e afirmações não se concretizaram, e ainda ocorreu o contrário, pois agora se detecta uma angústia e uma crise existencial ainda mais profunda dentro da própria pós-modernidade do que antes; e estão perdendo a fé na mesma, pois o tão esperado progresso e o avanço tecnológico, não conseguiu ainda a cura para muitas enfermidades antigas como o câncer, e nem para outras que surgiram, como a Aids. Os hospitais, centros de saúde e clínicas de psicologia estão repletos de pessoas que agonizam sem esperança. A “Razão” e o “Progresso” não lhes aliviam a dor, a pobreza, a miséria, a violência, o vazio; tampouco lhes responde as perguntas mais remotas e simples como:
– Quem somos? – De onde viemos? – Existe vida após a morte? – Porque uns têm muito e outros quase nada ou nada? – Estamos sós no universo? – Onde está Deus? – E tantas outras que a modernidade e pós-modernidade e os avanços tecnológicos ainda não conseguiram responder.
Eminentes cientistas, às centenas, se contradizem, milhares de pessoas ilustres tèm opiniões diversas, mesmo os mais devotos cristãos tem contradições entre seus assuntos, e isto é uma evidência de que a verdade não se encontra somente pela investigação ou pelo palpável, mas também pela meditação, intuição e percepção. A longa busca do homem por “algo mais” terá necessidade de uma revelação além do homem, encontrada unicamente na eterna graça e misericórdia, oriundas do Criador. Somente sob uma revelação individual e especial de Deus é que o homem poderá viver sob a plenitude da comunhão com o criador e prestar-lhe o devido culto. Deus não é apenas a causa de tudo que existe fora de si, mas sua criação permanece em suas mãos, sujeita a seu governo e dependendo dele para continuação da existência. A miséria, a violência, e o sofrimento humano são causados pelo próprio homem através de sua dureza de coração, decisões e escolhas erradas que se refletem em todos nós.

     (Retirado do livro: -PARÁBOLAS FÁBULAS E ESTÓRIAS QUE EDIFICAM A ALMA ).


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